domingo, 31 de agosto de 2008

Paradigmas...

É bem interessante refletir sobre a Capoeira e o seu processo histórico, sua incrível capacidade de adaptação às "necessidades" do momento sem deixar de ser o que é: luta. Luta em sentido estrito (sistema de ataque e defesa de grande eficiência), luta pela liberdade (ora da escravização, ora da repressão, ora do preconceito, hoje talvez ainda mais pela liberdade de continuar sendo singular...). Há tempos atrás, escrevi um artigo para um jornal da cidade falando sobre isso, sobre a dificuldade que todos temos para definir o que é a Capoeira, se é que precisa de uma definição. Talvez a sua prática não se encaixe "exatamente" nos moldes de avaliação eurocêntrica que nos impõe uma série de preconceitos; aliás, me parece que atualmente é fora do Brasil que a Capoeira tem sida mais "jogada" e menos pré-qualificada. Não deixa de ser engraçado imaginar que tem gringo mais "ligado" na essência da Capoeira do que nós.
Bem, retomando a reflexão, penso na figura de Mestre Bimba - não como herói ou redentor, mas como ícone de um momento crítico, mas também por isso propício a uma mudança radical - como um paradigma na história da Capoeira. Sua atuação provocou mudanças que são sentidas até hoje: a figura do capoeirista educador, a formalização do ensino, a criação de uma entidade com denominação própria e regulamento interno; enfim, um aparente abandono dos prefixos indesejáveis (in-formal, ir-regular, des-comprometida, des-contraída), para assumir uma postura mais adequada diante de uma sociedade ávida por esquecer seus valores naturais e importar os dominantes (isso parece bem atual...). Digo aparente, porque no fundo o Mestre nunca deixou que sua Capoeira perdesse a essência, apenas moldou alguns aspectos exteriores de acordo com o que status quo determinava.
Todo esse legado está aí evidenciado: temos os grupos, os profissionais, os códigos de conduta, uma série de ações no sentido de "elevar" a Capoeira dentro da nossa sociedade a uma condição mais digna do seu valor histórico-cultural (aliás, Ela foi reconhecida pelo IPHAN há bem pouco tempo). Mas cabe uma pergunta: - Onde está a "rasteira"? Explico: Entramos no jogo, demos o primeiro golpe, mas agora dentro da roda vem a resposta e não basta esquivar - ou melhor -nesse jogo não há esquiva; todo recuo puro e simples é sinal de despreparo e quando o sistema ataca tem que levar "rasteira". Tecnicamente até que vamos bem, apesar de muitos acreditarem ser mais fácil copiar, fazer o mesmo, do que criar... mas isso não é privilégio dos capoeiristas, o mundo globalizado precisa de alguma "uniformidade" para que tudo funcione, as "regras" do jogo têm de valer aqui e em qualquer lugar para que haja circulação de bens e informação. Mas, como estamos profissionalmente? Se Mestre Bimba - nosso paradigma - pensou numa Capoeira para o mundo, acredito que pensou também em capoeiristas para o mundo... e como seriam esses capoeiristas?
Gostaria de saber o que outros pensam e a partir daí pensar um pouco mais...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Lembranças...

...navegando pela internet encontrei uma matéria sobre trabalhos que realizava em 2005... foi bom rever e relembrar!
Quem quiser conferir: http://www.acessa.com/nossagente/arquivo/atletas/2005/11/30-capoeira/

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Último evento...


Entrando na roda...

"Nunca se joga sozinho. É preciso atenção e intenção de compreender o que o outro está buscando".
É como entrar na "roda" pela primeira vez... essa é uma nova experiência para mim, mas acredito qeu será uma forma eficiente de me comunicar com todos, demonstrar a necessária relação entre aquilo que sou e as coisas nas quais acredito, entre o meu modo de agir e o que aprendo cotidianamente com a "Capoeira". Àqueles que se aventurarem nesse jogo, peço insistência quando não forem correspondidos em suas perguntas, nos seus comentários, críticas e opiniões. Jogaremos "com" e não "contra" e quem sabe o prazer do "jogo" será mútuo.
Um abraço!